Nota 9/10
Por Marcos Garcia
Muitas pessoas acreditam que o Metal melódico estava acabado, devido ao desgaste que o estilo sofreu há alguns anos devido ao excesso de bandas no mesmo estilo, e somente os melhores sobrevivem e ficam de pé contra as fustigadas das mudanças, ou porque algumas bandas exageravam tanto na técnica pessoal de cada integrante que, ao final, a música em si ficava como vazia e sem sentido para os não músicos. Mas ainda surgem excelentes bandas por aí nesta vertente do Metal que, devido ao final da tendência, fazem trabalhos movidos pela vontade própria, e o SUPREMA, quarteto de São Paulo, mostra que muito pode ser feito no estilo em 'Traumatic Scenes', seu primeiro Full Length.
Muitas pessoas acreditam que o Metal melódico estava acabado, devido ao desgaste que o estilo sofreu há alguns anos devido ao excesso de bandas no mesmo estilo, e somente os melhores sobrevivem e ficam de pé contra as fustigadas das mudanças, ou porque algumas bandas exageravam tanto na técnica pessoal de cada integrante que, ao final, a música em si ficava como vazia e sem sentido para os não músicos. Mas ainda surgem excelentes bandas por aí nesta vertente do Metal que, devido ao final da tendência, fazem trabalhos movidos pela vontade própria, e o SUPREMA, quarteto de São Paulo, mostra que muito pode ser feito no estilo em 'Traumatic Scenes', seu primeiro Full Length.
A banda usa de uma técnica musical bem apurada de cada um de seus membros, mas o trabalho final soa coeso e compactado, ou seja, o mais importante é a música, e não exibições individuais. Linhas vocais muito boas, já que se prende mais a um timbre mais seco, na maior parte do tempo grave e pesado (sem dispensar timbres agudos vez por outra), evitando tons agudos, trabalho fantástico das seis cordas, seja nas bases bem feitas ou nos solos inspirados, baixo pesado e bem trabalho (com muitos momentos evidentes e brilhantes), e uma bateria que sabe usar de técnica e peso, conduzindo os andamentos da banda de forma magistral. Resultado: música de alto nível e bom gosto.
A produção do disco foi feita por Heitor Rangel, Pedro Nascimento e Douglas Jen, que souberam não só deixar o trabalho intenso e pesado, mas brilhante e bem limpo, fazendo com que a audição do CD seja tranquila e sem percalços. Já a arte do CD reflete o conceito usado nas letras, baseadas no filme “O Invisível”, de David S. Goyer (também co-autor do filme “Batman Begins”), e consegue transmitir toda a concepção das letras.
Já ouvindo as músicas, vemos que o quarteto caprichou, pois o nível das canções é alto o tempo todo, mantendo a atenção do ouvinte do início ao fim.
O disco abre com 'Marks of Time', uma canção rápida, forte, provocante e melodiosa, com ótimos riffs, grandes vocalizações (que belos backings!) e alguns dedilhados de baixo muito bons; a mais complexa e alternada 'Rising from the Ashes', empolgante e com a bateria mostrando sua técnica; a mais pesada 'Fury and Rage', com um andamento moderado muito bom, com leves toques de Heavy Metal moderno, onde mais uma vez a bateria se destaca. Em 'Visions from the Other Side', temos mais uma faixa focada no peso e cadencia, embora permeada por belos momentos limpos, com belas quebradas de ritmo, com a guitarra mostrando sua força em bases (mesmo nos momentos acústicos) e solos ótimos, bem como o baixo debulha. Em seguida, temos uma música mais agressiva e seca em 'Burning My Soul', com vocais mais agressivos; a linda semi-balada 'Memories', que até o meio é mais focada em partes acústicas e vocais amenos, para então ganhar peso, mas sem deixar a elegância de lado, com um solo de guitarra essencial e bem feito, em uma fusão de melodia, peso e técnica ótima. 'Before the End' é mais uma canção provocante e bem pesada, com velocidade mais uma vez moderada. 'Nightmare', canção do vídeo promocional, o que significa que é uma das grandes músicas do disco, e realmente o é, com sua complexidade e técnica, mas sem perder peso e coesão, e reparem bastante na técnica de baixo e guitarra, que são os mesmos elementos encontrados em 'Iced Heart', onde novamente estão presentes momentos limpos e melodiosos se alternando com outros mais agressivos e pesados. Fechando, temos 'Traumatic Scenes', outra faixa ótima, que encerra o disco com chave de ouro.
Realmente, se na estréia já fazem um trabalho tão bom, temos certeza que o segundo será algo de maravilhoso.
Recomendadíssimo!
Tracklist:
01. Marks of Time
02. Dark Journey
03. Rising from the Ashes
04. Fury and Rage
05. Visions From the Other Side
06. Burning My Soul
07. Memories
08. Before the End
09. Nightmare
10. Iced Heart
11. Traumatic Scenes
Formação:
Douglas Jen - Guitarras, violão, teclados, efeitos
Pedro Nascimento - Vocais
Gabriel Conti - Baixo
Helmut Quacken - Bateria (convidado)
Gisele Garof - Vocais femininos e líricos em 'Dark Journey', 'Rising From The Ashes', 'Visions From The Other Side' e 'Before The End' (convidado)
Fil - Barítono em 'Dark Journey', 'Rising from the Ashes' e 'Before The End' (convidado)
Victor Prospero - Vocal gutural em 'Visions from the Other Side', 'Burning My Soul' e 'Traumatic Scenes' (convidado)
Guto Viegas - Teclados em 'Marks of Time', 'Dark Journey', 'Visions from the Other Side', 'Burning My Soul', 'Memories' e 'Before The End' (convidado)
Tarsis Marim - Narração em 'Marks of Time' (convidado)
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