29 de mai. de 2013

Rhapsody of Fire - Live - From Chaos to Eternity (Duplo CD ao vivo)


Shinigami Records - Nacional
Nota 10/10

Por Marcos Garcia

Quando se fala em discos ao vivo, realmente, eles são uma prova de fogo para as bandas, já que ao vivo é cara a cara, o fã pode ouvir e perceber se a banda é capaz de reproduzir ao vivo aquilo que fazem no estúdio. É onde uma banda de Metal mostra sua capacidade. E bandas que fazem músicas com muita técnica recebem uma cobrança ainda mais pesada, uma vez que ainda existem muitos "catadores de piolhos" por aí, dispostos a encher a paciência alheia. E uma das mais visadas, sem sombra de dúvidas, é o sexteto italiano RHAPSODY OF FIRE (antes chamado de RHAPSODY, mas que devido a aporrinhações legais, teve que trocar de nome (e isso quando já tinham 5 discos lançados em 7 anos! Vai entender...), e que nos brinda com seu primeiro duplo ao vivo, 'Live - From Chaos to Eternity', que a Shinigami Records pôs no mercado brasileiro no formato original.

Obviamente, o sexteto mostra ao vivo estarem bem entrosados e que conseguem, de fato, reproduzir toda a riqueza musical em cada nuance vista em seus discos, mas antes que alguns apressadinhos comecem a gritar "overdubs" a plenos pulmões, se eles existem, são poucos e imperceptíveis, e o disco mostra que o sexto ao vivo tem uma pegada pesada e energia intensa, estando antenado com seu público, mostrando que seu Power Metal Sinfônico vinga no teste ao vivo. E se lembrarmos que, a priori, o grupo seria apenas um projeto de estúdio, eles mostram um entrosamento e técnica privilegiados durante suas apresentações. Ainda mais se levando em consideração os elementos orquestrais e corais feitos com samplers, o que torna seu trabalho ainda mais complicado em apresentações, pois o "timing" precisa ser perfeito, como o é aqui.

Gravado em várias locações pela Europa (Pamplona, Madri e Barcelona, na Espanha; Paris e Bordeaux na França; Mons na Bélgica; Aschaffenburg na Alemanha; Viena na Aústria; Zlín na República Tcheca; Treviso, Bolonha, Roma e Milão na Itália; Pratteln na Suíça; e Cracóvia e Varsóvia na Polônia) durante a tour promocional do CD 'From Chaos to Eternity', e tendo a produção da banda e gravação, mixagem e masterização feitas pelas mãos de Sebastian "Basi" Roeder, o disco soa legitimamente ao vivo, deixando a banda "na cara", ou seja, não há como encobrir falhas, mesmo porque se existissem os famosos "overdubs" em profusão, a sensação seria de algo mecânico e artificial, o que não é o caso. É brilhante, pesado e cheio de vitalidade, com energia vertendo aos borbotões dos falantes.

Falar das músicas em si é um pouco difícil, já que o repertório foi muito bem escolhido, abrangendo todos os lançamentos oficiais da banda, com participação do público em vários momentos, mantendo o nível do CD nas alturas.

Em termos de destaques, é bem difícil escolher em meio a tantas músicas tão boas. Abrindo com a intro de teclados 'Dark Mystic Vision' e a narrada 'Ad Infinitum', que aclimatam o ouvinte, detonam de cara a forte e trampada 'From Chaos to Eternity', com destaque para o belo trabalho de baixo e aclimatação épica de teclados e corais; a maravilhosa 'Triumph or Agony', com andamento mais moderado e com belíssimos vocais e guitarras, mostrando que a dupla das seis cordas de Tom Hess e Roberto De Micheli está entrosada, e é mais que suficiente para suprir a ausência de Lucca Turilli; a complexa e prog 'I Belong to the Stars', com andamento bem ganchudo e vocais variados; a veloz 'Unholy Warcry' e seus teclados perfeitamente colocados, quase uma marcha de guerra em estilo Power Metal; a belíssima 'Los in Cold Dreams', mostrando o porquê de Fabio ser considerado o melhor dos vocalistas do Power Metal, pois a maestria com que alterna seus tons de voz é incrível; a veloz 'Land of Immortals', com seu andamento intrincado, o mesmo ocorrendo em 'Aeons of Raging Darkness', que apesar da velocidade menor, tem variações rítmicas interessantes e ótimos momentos em que o baixo sobressai, e então vem um solo de bateria muito bom, que encerra o CD 1. O CD 2 abre com a linda e épica 'The March of the Swordmaster' e seus belos corais e a voz perfeita de Fabio, passando por 'Dawn of Victory', rápida com suas incursões clássicas de teclados. Entra 'Toccata on Bass', que é um solo de baixo bastante técnico, que parece preparar o público para 'The Village of Dwarves', com uma levada Folk Metal bem sinfônica; o hino 'Holy Thunderforce', veloz e técnica, com peso na bateria e ótima aclimatação pelos corais; 'Knightrider of Doom', uma faixa típica da banda, ou seja, veloz e com técnica de alto nível; a clássica 'Emerald Sword', onde as duas guitarras mostram o porquê de estarem ali, no lugar de apenas uma, e o baixo dá uma aula junto com a bateria. O disco fecha com chave de ouro com a dobradinha 'Erian's Lost Secrets' (uma faixa mais cadenciada, com uma riqueza de corais e teclados absurda) e 'The Splendour of Angels' Glory (A Final Revelation)' (intrincada e mais cadenciada).

Um disco não só para os que já são fãs da banda, mas para aqueles que desejam conhecer seu trabalho, bem como para ajudar alguns a reverem seus conceitos sobre o trabalho dos italianos.



Tracklist:

Disco 1

01. Dark Mystic Vision
02. Ad Infinitum
03. From Chaos to Eternity
04. Triumph or Agony
05. I Belong to the Stars
06. The Dark Secret
07. Unholy Warcry
08. Lost in Cold Dreams
09. Land of Immortals
10. Aeons of Raging Darkness
11. Dark Reign of Fire
12. Drum Solo

Disco 2

01. The March of the Swordmaster
02. Dawn of Victory
03. Toccata on Bass
04. The Village of Dwarves
05. The Magic of the Wizard's Dream
06. Holy Thunderforce
07. Reign of Terror
08. Knightrider of Doom
09. Epicus Furor
10. Emerald Sword
11. Erian's Lost Secrets
12. The Splendour of Angels' Glory (A Final Revelation)


Formação:

Fabio Lione -  Vocais
Tom Hess - Guitarras
Roberto De Micheli - Guitarras
Oliver Holzwarth - Baixo
Alex Staropoli - Teclados, piano,  cravo
Alex Holzwarth - Bateria, percussão


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