W.T.C. Productions - Importado
Nota 9
Ainda existem aqueles que sentem muita saudade dos anos 90 quando falamos em Black Metal, porque as sonoridades exploradas nos últimos 15 anos não satisfazem fãs mais exigentes, ávidos pelo que existia naqueles anos mágicos. E é muito bom ver que, em meio a tantos que mudam de time, bandas que estão na ativa desde aqueles tempos, e mantendo a mesma ideologia sonora, sem abrir concessões, e um deles é o lendário Eternity, da Alemanha, que após um certo tempo de silêncio, volta a falar grosso após cinco anos de silêncio, com Pestiferous Hymns – Rev. I-I-XXXIII, terceiro CD da banda, que acaba de sair pela W.T.C. Productions.
Não, esses sujeitos continuam com sua pregação inalterada pelos anos, mantendo desde 1993 (quando a banda foi formada) sua personalidade musical, ou seja, mantendo aquele padrão ora veloz e ríspido, ora mais soturno e climático, sabendo equilibrar todos os elementos de sua música, onde temos vocais fortes e esganiçados, guitarras firmes em riffs cortantes, baixo e bateria não tão técnicos, mas sabendo dar peso e corpo rítmico às músicas, bem como alterar os andamentos.
Mixado e gravado no "Temple of Disharmony" por A.O.D. em março desse ano, ainda contando com alguns convidados como Drakh (do Katharsis), Nocturnus Horrendus (do Corpus Christii) e V-kaos nos vocais, a produção é suja, como o estilo exige, mas não excessivamente, ou seja, podemos ouvir cada um dos instrumentos separadamente sem grandes esforços. A capa, feita por Saint John, é simples, mas bem sacada e transparece tanto o que a banda quer dizer quanto o seu estilo.
Musicalmente, temos aquele Black Metal tradicional da primeira metade da década de 90, sabendo ter personalidade própria, e que tem seus pontos altos em Down to the Southern Abyss, que começa com uma intro lenta, passa por um momento um pouco mais climático, e logo vira uma pedrada com velocidade moderada, com ótimos riffs e vocais, mostrando uma boa diversidade rítmica; a soturna e densa Temple of Flesh, mais cadenciada, onde baixo e bateria se destacam bastante; a bem variada ...Like 1000 Suns, com alguns trechos onde surgem vocais limpos, e ótimos momentos das guitarras; a rápida ...of Satan's Blood; Reborn Through the Flame (Against the Creation), outra mais lenta e densa, explorando bastante riffs rascantes; e a trampada (dentro dos padrões do Black Metal) Waiting in the Abyss.
Definitvamente, um disco que deveria servir de consultoria para muitas bandas de Black Metal que ou ficam presas ao que já foi feito, ou que buscam caminhos tortuosos em nome da evolução.
Eternity - Live in Deathkult Open Air II 2012
Tracklist:
01. Down to the Southern Abyss
02. Temple of Flesh
03. ...Like 1000 Suns
04. ...of Satan's Blood
05. Reborn Through the Flame (Against the Creation)
06. Waiting in the Abyss
07. Black Clouds on a Psychic Horizon
Diabolus - Guitarras
M. Alicious - Guitarras
Basilisk - Bateria