Independente - Nacional
Nota 9,5
Por Marcos Garcia
Uma das melhores coisas do Metal Tradicional ainda é que o estilo, mesmo após tantos anos, preserva sua identidade e características, mesmo com várias bandas levando-o a novos patamares, e é muito bom ter ambos os casos: bandas inovadoras e as mais tradicionais.
O quinteto Syren, do Rio de Janeiro, é mais um ótimo grupo que faz um Metal Tradicional mais de vanguarda, aliado a nuances um pouco mais recentes, ou seja, não soa datado ou sem identidade, mas com bastante vigor e energia, sem nunca abrir mão de melodias fortes e bastante contagiantes, e que chega a todos nós com seu primeiro CD, cujo nome inspira confiança no conteúdo musical: Heavy Metal.
Fortes vocais numa escola Halford/Dickinson/Tate, mas com personalidade, sabendo dosar agressividade e melodia de forma bem equilibrada, guitarras agressivas (tem horas que as bases chegam a beirar o Thrash Metal sem pudor algum) e melódicas muito bem tocadas, baixo bem pesado e firme na marcação (embora também mostre seus talentos), e a bateria pesada e bem variada, tendo em vista a experiência do time, já que estão aqui Marcos Kult (Coldblood) e D. Arawnn (ex-Unearthly, atual Magogue), logo, eles sabem o que fazem.
Apoiados por uma produção sonora firme, que é bem limpa, mas sem perder peso e garra, a banda executa seu som de forma bem clara e intensa, permitindo que todos os instrumentos sejam ouvidos com clareza, e soando como um todo.
Ao se pôr o disco no aparelho, temos a impressão de acharmos uma ótima banda, capaz de satisfazer aos fãs de Metal sem problemas, pois canções como a pesada e forte Blindfold, bem trabalhada e pesada; Devilroad, aquele típico Metalzão não tão veloz, mas cheio de energia e melodia, com ótimas guitarras e vocais, sendo que os mesmos elementos são encontrados na bela The End, que apesar de um pouquinho mais cadenciada, tem forte emotividade nos vocais e excelente trampo da cozinha baixo-bateria; a tijolada Stay Alive, bem forte e agressiva, com alguns momentos mais etéreos aqui e ali; a ótima Last Train to Hell, cuja agressividade salta os olhos; a cadência e peso de Heavy Metal também são de saltar os olhos, assim como também é visto em Keep Walking , essa mais melodiosa; e Odissey, com belíssimo duetos de guitarras em meio a uma composição forte e densa.
São discos assim que nos levam a reconhecer o mérito do Metal brasileiro, e a fazer um questionamento sincero: por que muitos ainda acreditam na dicotomia Metal Nacional X Metal Gringo, se todos somos fã de Metal?
E para instigar os leitores, nada melhor que dois sons da banda.
Last Train to Hell
Devilroad
Tracklist:
01. Blindfold
02. Devilroad
03. The End
04. Stay Alive
05. Last Train to Hell
06. Scourge of Time
07. Heavy Metal
08. Keep Walking
09. Die in Paradise
10. Odissey
Formação:
Luiz Syren – Vocais
D. Arawnn – Guitarras
B. Arawnn – Guitarras
Bruno Coe – Baixo
Marcos Kult – Bateria
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