Century Media Records - Importado
Nota 9,0
Por Marcos Garcia
Um dos aspectos mais sensacionais do Heavy Metal é a sua capacidade de mutação, de se transformar em algo novo e cheio de vida, ao mesmo tempo em que outros preferem a sua tradicionalidade que, em geral, também válida. Duas visões interessantes e que convivem em harmonia nos dias atuais, embora ainda existam algumas pessoas que causam dicotomias vazias de sentido lógico por suas visões distorcidas e pequenas de um todo extremamente amplo.
Uma banda que desafia rotulações é o inglês Architects, já que sua música tem muito de Progressive, Hardcore e Metalcore, mas um estilo diferente que anda sendo chamado de Pós-Metalcore por alguns (é tudo Metal, oras!), e que chega com seu quinto trabalho, Daybreaker, via Century Media Records.
A primeira coisa que salta os olhos na musicalidade do quinteto é sua vocação para fazer um som que ora é rascante e agressivo, ora é mais melódico e denso, com climas bem opressivos, mas sempre com técnica, peso e bom gosto bastante evidentes.
A apresentação gráfica é muito bonita e bem legal, em um trabalho ótimo de Paul Jackson (Tank.Axe.Love), embora o logo da banda lembre de cara o usado pelo Dream Theater alguns anos atrás. A sonorização bem cuidada e limpa, graças à produção de Ben Humphreys e da própria banda, com uma mãozinha de John Mitchell nos Outhouse Studios, in Reading, Inglaterra, que faz a banda soar coesa e pesada, bem como mantém a música densa e limpa.
Ao ouvir o disquinho, é bom tomarem cuidado, pois este trabalho não é, de forma alguma, convencional, mas corajoso e complexo, bastante minimalista musicalmente falando, e com fortes momentos em que a emoção surge, especialmente em The Bitter End, que começa lentinha, mas logo vira uma pancada extremamente densa e emotiva, com gritos para lá de fortes; a ótimas guitarras em Alpha Omega, ríspida e intensa, sem ser lá muito veloz; a instigante e emotiva These Colours Don’t Run, onde a cozinha baixo-bateria mostra eficiência em um bom trabalho, conferindo peso e técnica à banda; a técnica Daybreak, onde o baixo dá um show de técnica em seus momentos mais amenos; a progressiva Truth, Be Told; a mezzo ríspida, mezzo emotiva Outsider Heart, que empolga e mantém a atenção do ouvinte presa durante sua execução; a calma e climática Behind the Throne, com retoques bem ‘floydianos’ aqui e ali, mesmos elementos que o ouvinte irá encontrar em Unbeliever. Ainda há a participação de Oliver Sykes (do Bring Me The Horizon) nos vocais de Even If You Win, You’re Still a Rat, outra faixa bem intensa e agressiva.
Um disco complexo, mas que para aqueles que encaram desafios de peito aberto, uma obra-prima.
These Colours Don't Run
Tracklist:
01. The Bitter End
02. Alpha Omega
03. These Colours Don’t Run
04. Daybreak
05. Truth, Be Told
06. Even If You Win, You’re Still a Rat
07. Outsider Heart
08. Behind the Throne
09. Devil's Island
10. Feather of Lead
11. Unbeliever
Formação:
Samuel Carter – Vocais
Tom Searle – Guitarras
Tim Hillier-Brook – Guitarras
Ali Dean – Baixo
Dan Searle – Bateria
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