3 de mai. de 2014

Resenha: Patria - Individualism (CD)

Indie Recordings
Nota 10/10

Por Marcos "Big Daddy" Garcia


E mais uma vez, os reis do Black Metal brasileiro voltam à carga. Sim, o PATRIA, uma das bandas mais ativas do cenário Black Metal nacional, mostra mais uma vez as garras, soltando seu novo trabalho, "Individualism", pelo selo norueguês Indie Recordings (lar de bandas como KRÅKE, ISKALD, KAMPFAR e outros ótimos nomes do cenário). E cada vez que acreditamos que eles chegaram ao ápice, eles nos surpreendem mais uma vez em algum aspecto.

Desta vez, o grupo preferiu dar uma bela limpada na gravação, e isso acabou ajudando os timbres da banda a ficarem em maior evidência sem descaracterizar o trabalho já tradicional do grupo, que também se mostra mais solto e maduro. Apesar de sólido, coeso, ora rápido (naquela velocidade não exagerada que já conhecemos), ora mais lento e mórbido, podemos ver que os timbres de guitarra foram muito bem sacados (não adianta: Mantus é o rei das seis cordas no Black Metal no Brasil), os vocais ásperos estão mais bem encaixados nas canções e a dicção melhorou muito (Triumphsword está entrando no time dos melhores vocais do gênero a termos mundiais).

A produção do disco é um espetáculo à parte. A produção ficou nas mãos da dupla mesmo, além de terem Leandro Debenetti cuidando da gravação e mixagem, feitas em Carlos Barbosa (RS), mas a masterização foi feita pelas mãos de Øystein G. Brun (ele mesmo, a mente por trás do BORKNAGAR e CRONIAN) nos Silver Soundscapes Studios, em  Garnes/Hordaland (na Noruega), e podemos dizer que a sonoridade do grupo, como descrito acima, está em um patamar acima dos discos anteriores, soando pesado, coeso, mas bem claro em cada aspecto, dando refinamento ao trabalho da banda. A arte da capa, feita por Costin Chioreanu (que já fez trabalhos para GRAVE, DARKTHRONE, KROW, e também fez a arte de "Nihil Est Monastica", disco anterior do PATRIA) ficou ótima, mais uma vez um misto entre elementos mais simples com esmero nos traços. 

Patria
O PATRIA, mantendo os pés firmes em suas raízes musicais, deu uma amadurecida em seu trabalho, mostrando o porquê do respeito que seu nome inspira no Metal extremo nacional, e mesmo no intervalo de apenas um ano entre um disco e outro, a banda continua galgando degraus mais e mais. E nesse disco, a banda deu uma maior importância aos arranjos mínimos de suas canções, indo em direção a um futuro extremamente promissor. E ainda temos a presença do baterista Abyssius (do THORNS OF EVIL e membro ao vivo do PATRIA) em "Your Rotten Heart Dies Now" e Fabiano Penna (produtor musical, ex-THE ORDHER e REBAELLIUN) dá uma canja na composição e arranjos da sinistra instrumental "Requiem for the Ego".

Óbvio que o disco é todo ótimo, mas podemos destacar logo de a bruta "Blood Storm Prophecy" (que segue a linha musical mais azeda e rápida do grupo, onde os vocais mostram uma dinâmica ótima), a veloz "Uncrowned God of Light" (os riffs de guitarra realmente prenchem bem a música, seja nos momentos mais cadenciados ou nos mais rápidos), "Orphan of Emptiness" (reparem como os arranjos de guitarra realmente estão bem mais refinados), a azeda "Catharsis", a alternada e mórbida "Your Rotten Heart Dies Now", e a empolgante "God's Entombment". 

Mais um belíssimo trabalho do grupo, que deu um passo adiante em sua carreira gloriosa.





Tracklist:

01. Individualism
02. Blood Storm Prophecy
03. Uncrowned God of Light
04. Outrage  
05. Orphan of Emptiness
06. Far Beyond the Scorn
07. Catharsis
08. Epiphany
09. Your Rotten Heart Dies Now
10. God's Entombment
11. Requiem for the Ego

Banda:

Triumphsword - Vocais
Mantus - Todos os instrumentos


Contatos:

Indie Recordings (página da banda)
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