2016
Nacional
Nota: 10,0/10,0
Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia
Em termos de Thrash Metal, o Brasil sempre foi um celeiro de
ótimas bandas, e o gênero exportou vários nomes para o cenário internacional.
SEPULTURA foi o pioneiro, mais cada vez mais bandas estão seguindo este rumo e
conquistando o exterior, e um dos que mais tem se destacado nessa nova
Brazilian Thrash Metal Invasion é, sem sombra de dúvidas, o quarteto MACHINAGE,
de Jundiaí (SP), que já anda causando arrepios nos norte-americanos. E após 4
anos desde "It Makes Us Hate", chega a vez do segundo álbum do grupo,
o matador "Slave Nation".
O quarteto, assim como seus contemporâneos, segue uma linha
híbrida dentro do Thrash Metal: eles continuam com aquela vibração da velha
escola, fundindo os aspectos trabalhados e melodiosos de bandas como MEGADETH
com os mais brutos de um SLAYER ou NUCLEAR ASSAULT, e mais uma essência
atualizada, que lhes permite ganhar impacto e peso. Ótimos vocais com timbres
normais agressivos, belos backing vocals, uma dupla de guitarras inspiradas em
riffs cortantes e solos melodiosos, base rítmica com peso e técnica muito boa,
e tudo na medida para transformar o trabalho da banda em algo memorável. É para
segurar o pescoço!
O grupo aproveitou de suas idas aos Estados Unidos para gravar
"Slave Nation" por lá, sob a tutela do produtor Curran Murphy (que já
trabalhou com ANNIHILATOR e NEVERMORE), além da mixagem e masterização terem
sido feitas por Max Norman (BAD COMPANY, OZZY OSBOURNE, MEGADETH, LOUDNESS, entre
outros). O resultado é uma sonoridade agressiva, bruta, mas mesmo assim
refinada e que flui muito bem. O balanço entre peso e agressividade do grupo
com uma qualidade sonora limpa está em um nível excelente.
Em termos de arte, o trabalho de Jean Michel (KEEP OF
KALESSIN, SKINLEPSY VETOR) é ótimo, pois além de muito bem trabalhada, mostra o
conteúdo azedo das letras do quarteto. E tudo em termos artísticos está
realmente bem feito e coerente com o que a banda faz.
Os quatro anos de diferença entre "It Makes Us
Hate" e "Slave Nation" são justificados pela melhoria do grupo
como um todo, estando mais coeso e pesado, com cada aspecto de sua identidade
musical bem evidente. Além disso, os arranjos da banda andaram melhorando
muito, as músicas ganharam maior diversidade de influências, mas sempre
mantendo seu estilo.
Slave Nation - Feita com seus riffs certeiros e mudanças de
ritmo bem feitas, com uma levada bem tradicional. Mas a bateria mostra alguns
momentos não convencionais ao estilo aqui e ali.
Follow Your Idols - Mesmo azeda, a banda se mostra rápida e
com alguns momentos que vão deixar pescoços doloridos, devido ao ataque de
riffs ferozes e solos muito bem feitos (onde o lado melodioso do grupo aparece
com clareza).
Destiny - Aqui, o andamento dá uma desacelerada, onde o peso
de baixo e bateria mostram-se muito bem. Mas mesmo assim, a agressividade do
trabalho musical do grupo é de saltar os olhos.
My Monster - O quarteto resolver fugir do convencional, pois
temos canção que destoa um pouco do Thrash Metal, justamente por ter certa
influência de Hard Rock clássico e Heavy Metal, embora adaptada para a fúria
Thrasher do quarteto. E que lindo trabalho das guitarras em riffs e solos
melodiosos.
Spirits of War - Cadenciada, pesada e brutal, a banda usa de
um trabalho forte no baixo e bateria mais uma vez, mas sem deixar de mencionar
que os vocais estão ótimos. Mas deixar de mencionar a saraivada de riffs
certeiros seria algo grosseiro.
Bring the Tourment - Apesar de todo peso e brutalidade da
banda, o lado melodioso se evidencia por conta da influência de Metal
tradicional nos andamentos e tempos da música. E que solos!
Voices - Incrível ver como a banda sabe o que fazer para
conseguir se diferenciar de outras bandas. Aqui, algumas influências mais
modernas e melodiosas aparecem, mas sem deixar de ser pesado ou consensual com
o que o MACHINAGE faz. E mais uma vez, uma surra de riffs, além de baixo e
bateria estarem excelentes.
Revolution - O cheiro de moshpit é evidente nesta canção. A
pegada é aquela em tempo mediano, cheia de boas melodias e capaz de arrastar
qualquer um para a zona de mosh e slam dancing. E que trabalho do baixo!
Rage of Gods - Aqui, o lado mais agressivo da banda, mesmo
com o andamento não tão veloz assim, se sobressai. Os riffs ficaram mais duros
e agressivos, mas ainda assim, com boa técnica.
Secrets of Life - Aqui vemos uma canção que é levada em meio
tempo, abrasiva e recheada por riffs e backing vocals excelentes, além de baixo
e bateria estarem mostrando suas garras. E que refrão excelente!
Machine/Age of Darkness - Uma música sinuosa, que começa com
muita velocidade e adrenalina no ápice, mostrando uma gama de mudanças rítmicas
ótimas, e com vocais ótimos, além de riffs insanos.
Podemos dizer que "Slave Nation" mostra o
amadurecimento do MACHINAGE como banda. E digamos de passagem: estes caras, se
continuarem assim, não terão quem os segurem, e pode ser que o quarteto se
torne um ponta de lança da nova geração.
Quem viver, verá.
Músicas:
01. Slave
Nation
02. Follow
Your Idols
03. Destiny
04. My
Monster
05. Spirits
of War
06. Bring
the Tourment
07. Voices
08.
Revolution
09. Rage of
Gods
10. Secrets
Of Life
11.
Machine/Age of Darkness
Banda:
Fábio Delibo - Guitarras, vocais
Ricardo Macan - Guitarras
Adriano Bauer - Baixo
Ricardo Mingote - Bateria
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Contatos:
Metal Media (Assessoria de Imprensa)