15 de jul. de 2017

SUNROAD - Wing Seven (Álbum)


2017
Nacional

Nota: 8,8/10,0

Tracklist:

1. Destiny Shadows
2. White Eclipse
3. In the Sand
4. Misspent Youth
5. Tempo (What is Ever)
6. Whatever
7. Skies Eyes
8. Day by Day
9. Craft of Whirlwinds
10. Drifting Ships
11. Brighty Breakdown
12. Pilot of Your Heart
13. Last Sunray in the Road


Banda:


André Adonis - Vocais, teclados, violão, baixo
Akasio Angels - Baixo, vocais
Netto Mello - Guitarras, violão, backing vocals
Fred Mika - Bateria, percussão, backing vocals


Contatos:

Site Oficial: 
Twitter: 
Bandcamp: 
Assessoria: http://roadie-metal.com/press/4145-2/ (Roadie Metal Press)


Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


Fazer o chamado Hard Rock no Brasil nunca foi uma tarefa muito simples. Fora a vocação extrema mais evidente de nosso cenário, o radicalismo leite com pera “manowariano” ainda é fortíssimo na mentalidade do fã brasileiro de Metal (por mais que seja ridículo e digno de pena, já que não faz sentido algum). Mas ainda bem que temos bandas excelentes nessa vertente, e mesmo algumas que o tempo não conseguiu desanimar. Bandas como o veterano quarteto SUNROAD, de Goiânia (GO), mostram o que a resistência é capaz em “Wing Seven”, seu mais recente disco.

Chegando 4 anos após “Carved in Time”, nesse disco novo a banda se mostra revigorada, fazendo o bom e velho Hard Rock pesado e melodioso, com um trabalho instrumental de primeira, vocais muito bons e tudo na medida certa. É ganchudo e envolvente, charmoso e pesado, elegante e com a classe de bandas como WHITESNAKE, mas agressivo e de personalidade. E isso, meus caros, é para poucos.

Em termos que qualidade sonora, ela está muito boa. Equilibrando peso, melodia e boa dose de agressividade, a produção soa seca e bem pesada. Um bom trabalho de Fred Mika e Netto Mello, embora a gravação esteja um pouquinho mais crua que o necessário.

Em termos de arte gráfica, a capa é bem caprichada, um trabalho ótimo de Rogério Paulo Menezes, enquanto o encarte, muito bem diagramado e com artes mais simples, é de Fred Mika. Mas tudo muito bom, dando enfoque ao que é mais importante: a música.

E música é algo que o SUNROAD tem. A acessibilidade musical da banda está em bom nível, e pode agradar a fãs não radicais de Rock’n’Roll como a fãs de Metal e Classic Rock, graças ao bom trabalho instrumental e vocal, arranjos bem feitos, e a técnica apenas suficiente para que a música alcance sua plenitude (sem exagerarem demais). E por isso, “Wing Seven” é tão bom.

São 13 músicas muito boas, todas com seu valor próprio, seu brilho de fascínio e peso. Mas as melhores são a ganchuda e pesada “Destiny Shadows” e seu jeitão sedutor envolto em ótimos riffs e solos de guitarra, além de um refrão de primeira, mesmos elementos que permeiam as acessíveis “White Eclipse” e “In the Sand” (ambas recheadas de momentos pegajosos e cada uma com seu devido refrão em alto estilo); a forte e com uma dose maior de peso “Whatever” (belo trabalho de baixo e bateria guindo os andamentos do grupo); a sensível e tocante “Skies Eyes” (justamente onde violões se fazem presentes e os vocais mostram como podem ser versáteis); a excelente “Craft of Whirlwinds” com sua doses equilibradas de azedume e acessibilidade musical (fora guitarras fantásticas); a sedutora e moderna “Brighty Breakdown” e seus tempos pesados e coesos (veja como baixo e bateria fazem um trabalho muito bom); e a longa e terna balada “Last Sunray in the Road” e seus arranjos lindos de piano e voz.

O SUNROAD realmente surpreendeu com “Wing Seven”, logo, hora de pensarem em voos mais altos, pois o Brasil merece ver uma banda dessa fazendo sucesso fora de suas fronteiras.

AXEL RUDI PELL - The Ballads V (Compilação)


2017
Nacional

Nota: 9,1/10,0


Tracklist:

1. Love’s Holding On
2. I See Fire 
3. On the Edge of Our Time
4. Hey Hey My My 
5. Lived Our Lives Before
6. When Truth Hurts
7. Forever Free
8. Lost in Love
9. The Line
10. Mistreated


Banda:


Johnny Gioeli - Vocais
Axel Rudi Pell - Guitarras
Ferdy Doernberg - Teclados
Volker Krawczak - Baixo
Bobby Rondinelli - Bateria

Convidados:

Bonnie Tyler - Vocais em “Love’s Holding On”
Mike Terrana – Bateria em “Lived Our Lives Before”
Doogie White - Vocais
Tony Carey - Teclados em “Mistreated”


Contatos:

Twitter: 
Youtube: 
Instagram: 
Bandcamp: 
Assessoria: 

E-mail: 

Texto: Marcos “Big Daddy” Garcia


O cenário da Alemanha já revelou bandas e músicos de tal forma que a escola germânica é reverenciada como uma das 3 mais importantes do mundo para o estilo, bem como é a base musical para muitos movimentos e subgêneros que surgiram desde que o SCORPIONS começou sua carreira, acendendo o estopim. Mas é impressionante como mesmo fórmulas antigas funcionam de maneira ótima nas mãos dos alemães. Um bom exemplo é o Hard/Classic Rock de AXEL RUDI PELL, e que por falar nisso, chega com “The Ballads V”, quinto volume de suas melhores baladas, e que acaba de sair aqui no Brasil pela Shinigami Records.

Na ativa com sua carreira desde 1989, após deixar o STEELER, Axel sempre buscou fazer um Hard/Classic Rock que é bastante influenciado aos trabalhos do DEEP PURPLE e RAINBOW (ele próprio mostrando uma técnica excelente nas seis cordas que tem aquela fusão entre a adrenalina do Rock e os toques clássicos, um referência a Ritchie Blackmore), mas com forte personalidade musical. As baladas refletem o lado mais sensível e introspectivo de seu trabalho, mas mostram elegância e muita versatilidade, não são as famosas “babas FM” que só servem para atormentar aqueles que possuem bom gosto musical. Além disso, supreendentemente, em “The Ballads V” tem-se algumas canções novas, que nunca haviam sido gravadas pela banda, e algumas ao vivo, bem como alguns covers.

Produzido pelo próprio Axel, o disco possui uma qualidade sonora de primeira, mesmo porque para poder tocar baladas, é preciso ter um alto nível de clareza instrumental. Mas ao mesmo tempo, fica evidente a força e potência do lado mais pesado do grupo. È um balanço perfeito de todos os aspectos musicais do grupo em um disco, verdade seja dita. E mesmo a captação sonora das faixas ao vivo é ótima. E para dar coesão ao disso, a masterização de Ulf Horbert fez seu papel perfeitamente.

A capa é um trabalho muito bem feito por Martin McKenna, dando aquele toque de classe no lado visual que caiu como uma luva com o contexto musical do disco.

Não dá para descrever a como a vitalidade e fluência musical flui de maneira espontânea e cheia de elegância nas canções de “The Ballads V”, mostrando que nas mãos de quem sabe o que faz, baladas se tornam uma forma perfeita de se expressar musicalmente, e não como um caça-níqueis oportunista. Se você pensou isso, sinta-se desafiado a ouvir o disco e manter essa opinião.

Falemos inicialmente do que é novo e inédito, que são o filé do álbum.

“Love’s Holding On” - Uma baladaça de primeira, cheia de melodias envolventes e clima ameno. E é uma canção tão bem feita que ainda conta com a presença da cantora Pop Bonnie Tyler nos vocais. E tudo faz com que ela soe grandiosa aos ouvidos, com pianos excelentes e muitos arranjos fenomenais de guitarra.

“I See Fire” - Aqui, temos uma versão do quinteto para um hit de ED SHEERAN, usado na trilha sonora do filme “O Hobbit - A Desolação de Smaug”. Aqui, ela deixou seu lado Folk de lado para ganhar arranjos de pianos excelentes, e partes pesadas com guitarras, baixo e bateria, sem contar belos toques de vocais femininos.

“On the Edge of Our Time” - Outra inédita da banda, que veio para dar ainda mais valor ao disco. Os vocais estão perfeitamente encaixados sobre a base instrumental, que deu mais enfoque aos teclados, justamente para manter o clima ameno. E que refrão dos diabos, que não sai dos ouvidos!

“The Line” - Inédita e ao vivo, duas coisas excelentes de uma vez só. Outra que segue o formato base calma-refrão pesado-base calma, mas de uma beleza ímpar. E que lindas passagens de teclados e guitarras (os solos são fantásticos). E que energia absurda nas artes pesadas.

Além dessas, não tem como não se emocionar com a versão para “Hey Hey My My” de NEIL YOUNG, “When Truth Hurts”, “Forever Free”, ou com a versão maravilhosa do quinteto para a clássica “Mistreated” do DEEP PURPLE, que ganhou uma vida toda nova nas mãos da banda (e o tempo de duração dela é próximo ao registrado pelo criador em suas versões ao vivo).

No mais, “The Ballads V” é um disco ótimo para se ouvir e relaxar diante das coisas estressantes de todos os dias.