25 de jul. de 2016

Dust Commando: produtoras não são seres engajados em cenas e movimentos, mas sim empresas que visam lucro


Recentemente foi “comemorado” o famoso Dia Mundial do Rock, que mesmo com vários fatores contra o cenário musical atual, ainda temos artistas que enxergam o lado positivo, e fazem o diferente, o movimento para manter a chama acesa.

E um desses artistas certamente é o DUST COMMANDO, que se mantém em movimento constante, além de estarem sempre apoiando o underground. Para falar um pouco mais dessas questões e outros assuntos que não beneficiam a “cena”, o baixista/vocalista Thiago Rabuske traz sua opinião sem papas na língua:


Recentemente foi comemorado o Dia Mundial do Rock, que já foi mais expressivo em outrora. Com um cenário tão enfraquecido hoje em dia, temos o que comemorar?

Thiago: Eu acho que temos que comemorar, sim, mas com olhos críticos - já não temos o mercado de outrora, e isto é um entrave ao desenvolvimento da cena por um lado; por outro lado, a cena nunca esteve tão "na cara", como tudo que é banda dando um jeito de utilizar a internet e todos seus tipos de veículos de divulgação para mostrar a nova música autoral independente que está aí pra quem gosta de pesquisar coisas novas e sair do lugar comum do esquema de mercado que tanto padroniza a música em geral.

Também acredito que temos que comemorar e muito a existência de tantos veículos de comunicação na internet, como o Road To Metal - nunca antes tivemos uma imprensa tão abundante e abrangente e de fácil acesso como nos dias de hoje, e isto é um passo em frente no que diz respeito à divulgação e à captação de público.

Eu pessoalmente tive muito que comemorar, pois após a entrada da Dust Commando no cast da Heavy And Hell Press conheci muita gente boa desse meio underground nacional e passei a perceber a cena de uma maneira diferente, com mais otimismo e com muita admiração pela pá de guerreiros deste cenário que passei a respeitar e admirar como exemplos de uma ideia, de um ideal que nunca vai morrer!


Os lançamentos digitais já não são mais novidades, tanto que já temos bandas investindo em pendrives personalizados. Como você enxerga este novo momento?

Thiago: Pela minha visão romântica de colecionador de discos de vinil eu acho um pouco triste pela qualidade que se perde na transformação de arquivos de som em MP3, além do que se perde ao não se ter mais o contato com a obra inteira - a capa, o encarte, a arte em geral que só vem a complementar o conceito do disco como um todo.

Mas entendemos que os tempos são outros e estamos pensando em formas diferentes de divulgar nossa música - apesar de já dispormos nossas músicas em sites de streaming como Spotify e Google Play e em lojas virtuais como Amazon, iTunes e outras.


Um assunto que sempre gera polemica, são as bandas que pagam para abrir shows internacionais. O que pensam a respeito?

Thiago: Eu acho um esquema um pouco sacana - gostaria de ver estes caras reclamando do jabá do Faustão um dia para carimbar seus selos de hipócritas! Estão fazendo a mesma coisa - mas, afinal, produtoras não são seres engajados em cenas e movimentos, mas sim empresas que visam lucro... E que não cobram nada comparado aos esquemas de grandes redes de televisão! Portanto, sempre existem algumas maneiras diferentes de se olhar uma questão tão delicada como esta.

Eu adoraria abrir um show de um ídolo meu com toda certeza, seria uma honra - mas não sei se eu faria isto sem ter dinheiro sobrando! Ouvi falar de um artista que vem este ano ao Brasil que escolheu a dedo uma banda para abrir seu show - se isto é realmente verdade eu adoraria cumprimentar este grande artista pela iniciativa!

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