23 de jun. de 2016

DENNER/SHERMANN - MASTERS OF EVIL (álbum)


2016
Nacional

Nota: 10,0/10,0


Músicas:

1. Angel's Blood
2. Son of Satan
3. The Wolf Feeds at Night
4. Pentagram and the Cross
5. Masters of Evil
6. Servants of Dagon
7. Escape from Hell
8. The Baroness


Banda:

Sean Peck - Vocais
Michael Denner - Guitarras
Hank Shermann - Guitarras
Marc Grabowski - Baixo
Snowy Shaw - Bateria

Contatos:



Quando uma banda possui integrantes e experientes, com trabalhos conhecidos pela comunidade Metal do mundo inteiro, não é de se estranhar o quanto as pessoas ficam à espera de seus trabalhos com muita ansiedade. Mas bandas como o DENNER/SHERMANN não possuem medo de desafios grandes, e mesmo após o frisson causado com "Satan's Tomb", eles retornam à carga com seu disco de estréia, o ótimo "Masters of Evil".

Para quem não sabe, na banda estão músicos que já estiveram em bandas bem conhecidas: Hank Shermann e Michael Denner dispensam maiores apresentações, já que foram os responsáveis pelas seis cordas do MERCYFUL FATE em sua fase mais clássica; o baterista Snowy Shaw é mais que conhecido por também ter integrado o MERCYFUL FATE (só que nos anos 90), KING DIAMOND, THERION, DIMMU BORGIR e outros; o vocalista é Sean Peck, conhecido por seus trabalhos no CAGE e DEATH DEALER; e o baixista Marc Grabowski já tocou com Hank no DEMONICA. Ou seja, só feras com uma bagagem imensa nos ombros.

Mas o que se pode esperar de "Masters of Evil"?

Bem, quem estava esperando algo na linha do MERCYFUL FATE como nos foi servido em "Satan's Tomb", é melhor não esperar tanto. Embora existam elementos que nos leve realmente a pensar no antigo grupo de Hank e Michael, a banda mostra um peso absurdo, mas um approach um pouco mais moderno e diversificado, sem perder aquela melodia e pegada Old School que lhes é peculiar. Ou seja, existem similaridades, mas o DENNER/SHERMANN mostra que tem personalidade própria e que vai para o futuro, sem estar vivendo à sombra do passado. E é isso que faz do CD algo grandioso, maravilhoso e uma experiência única.

Preparem-se, pois os Mestres do Mal estão de volta!

Com mixagem de Arnold Lindberg (que também mixou o EP anterior) e masterização de Maor Appelbaum, a sonoridade de "Masters of Evil" é orgânica, lembrando bastante uma sonoridade mais analógica, mas sem abrir mão de uma qualidade sonora limpa e moderna.

Em termos de arte, mais uma vez, ela é de Thomas Holm, que além de ter feito a arte de "Satan's Tomb", é o mesmo que criou as artes dos clássicos do MERCYFUL FATE. E para ser bem sincero, é uma clara referência a do "Don't Break the Oath" (chegam-se a ver os contornos de tinta, ou.

Mesmo mais diversificado, o peso absurdo, as melodias envolventes e o trabalho com nuances modernas, o álbum é uma referência ao Metal tradicional dos anos 80, óbvio. Os duetos de guitarra são formidáveis, com bases lindas e solos de mestre (por favor, estamos falando de Hank Shermann e Michael Denner), uma base rítmica muito sólida e com boa técnica, e as vocalizações estão bem melhores, usando múltiplas vozes ao mesmo tempo. Mas lembro-os que Sean tem uma forte veia "halfordiana" de cantar, e é um mestre nas nos timbres agudos e graves, mas sabe muito bem mudar quando necessário, além de ser um intérprete de mão cheia.

Até a quantidade de músicas é algo bem oitentista: oito faixas, e cada uma delas é uma gema preciosa, algo de qualidade inquestionável.

Angel's Blood - Bem trabalhada e pesada, com ótimas mudanças rítmicas. Mas reparem como os riffs são criativos e bem encaixados, e que solos emocionantes.

Son of Satan - O andamento não é veloz, mas focado no trabalho das duas guitarras. Mas seria injusto não citar o ótimo refrão e as vocalizações preciosas, com gritos agudos.

The Wolf Feeds at Night - Nesta, o lado mais MERCYFUL FATE dá as caras. Riffs mais técnicos, muitos ritmos quebrados (onde a baixo e bateria dão uma aula de peso e técnica), e uma canção de muito peso e melodia. E em termos de vocais, existem momentos em que parece que o velho Ozzy dá as caras (se não for ele, caramba, Sean é um mestre!).

Pentagram and the Cross - Meus caros, que duetos fantásticos das guitarras. Aqui, temos uma canção mais melodiosa, preenchida com uma levada não tão veloz, o que mostra o quanto baixo e bateria são importantes na banda, ambos exibindo uma técnica preciosa.

Masters of Evil - O começo é mais lento e melodioso, priorizando bastante as melodias das guitarras. Mas logo a canção ganha mais adrenalina, e uma pegada mais agressiva, mas mantendo o foco nos solos de guitarra (me perdoem, mas Hank e Michael merecem ser reconhecidos como uma das melhores duplas de guitarras do Metal, sem exageros).

Servants of Dagon - Desta vez, quem se exibe bastante é Marc, mostrando uma excelente técnica nas quatro cordas. É justamente aqui que a banda mostra uma pegada mais moderna, mas sem deixar que o clima melodioso e orgânico seja perdido.

Escape from Hell - Nesta, é Snowy quem mostra um trabalho impressionante, guiando os ritmos com uma técnica apurada, com momentos em que suas conduções e bumbos são ótimos. Mas não citar os solos de guitarra chega a ser covardia.

The Baroness - Aqui, o lado mais sinistro e sombrio da banda fica exposto, com as guitarras ditando um andamento bruto e azedo (nos momentos limpos, mais uma vez Michael e Hank se mostram perfeitos), perfeito para uma mostra de quanto Sean pode ser versátil com suas vocalizações.

Óbvio que o saudosismo de muitos pode lhes nublar o julgamento. Mas acredito que algumas ouvidas em "Masters of Evil" pode lhes mostrar o quanto eles são capazes de ensinarem a muitos como se fazer Metal de qualidade.

Simplesmente maravilhoso, e um dos grandes discos do ano.


Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia




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