31 de ago. de 2015

Powerwolf - Blessed & Possessed (CD)

2015 - Shinigami Records - Nacional
Nota 10,0/10,0

Texto: Marcos "Big Daddy" Garcia


E mesmo contra a maré dos downloads ilegais, vemos não só gravadoras investindo em lançamentos, mas parece que as bandas andam evoluindo bastante musicalmente, talvez para despertar nos fãs a paixão por sua música. E a Shinigami Records, corajosa e remando contra a maré, acaba de soltar uma pedra preciosa do Metal no Brasil, " Blessed & Possessed", do quinteto alemão POWERWOLF.

Para os que ainda não conhecem o quinteto, digamos que é a banda de Metal em que grandes estrelas do cinema como Peter Cushing, Christopher Lee e Boris Karloff tocariam, se fossem músicos. Sim, apesar de tocarem uma vertente de Heavy/Power Metal, é bom que não se confundam: o POWERWOLF tem uma temática muito diferente, usando elementos de terror e mesmo de um satanismo fictício. E essa fusão dá certo, convence e é inovadora, lembrando que o foco da banda é em fazer sua música aproveitando elementos não convencionais ao gênero, como vocais em timbres nada agudos, riffs de guitarra bem fortes, solos melodiosos (mas não exagerados), baixo e bateria com peso absurdo e bom nível técnico (o uso de bumbos duplos não é tão constante como estamos acostumados), e teclados que dão aquela atmosfera empoeirada e forte dos filmes e horror da Hammer inglesa (sendo que foi utilizado um órgão de igreja mesmo, nada sampleado). Ou seja, uma música fenomenal, e bem diferente do que ouvimos por aí.

A produção é de Fredrik Nordström, ou seja, peso, elegância e clareza estão em um equilíbrio constante, com cada instrumento em seu lugar, soando pesado e limpo nas proporções certas, cada um com o timbre devido. E a arte da capa, mais uma vez, é caprichada nos mínimos detalhes, como é costume dessa matilha.

Powerwolf
Ótimas melodias, grandes refrões, uso de cantos próximo aos gregorianos e operísticos em muito momentos, orquestrações grandiosas, e energia aos borbotões. A fórmula da banda não mudou muito desde "Blood of the Saints", mas como o quinteto é extremamente criativo, sabe sempre tirar o melhor da própria música. E com seus arranjos pesados e mais simples em relação à bandas de Power Metal que conhecemos só faz com que tudo soe muito melhor aos nossos ouvidos.

O disco é excelente, sem sombra de dúvidas, e mesmo tão homogêneo, destacamos as seguintes faixas para a primeira audição: a grandiosa e cheia de energia "Blessed & Possessed" (riffs poderosos e mais intrincados, além de belas vocalizações, que se encaixam perfeitamente na base instrumental do grupo, sejam nos momentos mais rápidos ou nos mais climáticos), a linda e bem feita "Dead Until Dark" (essa já tem uma queda para o Power Metal mais melodioso dos dias de hoje, com um andamento mais veloz, onde a base rítmica dá um show de peso e técnica, além de um refrão poderoso carregado de ótimos backing vocals), a mais melodiosa e grandiosa "Army of the Night" (apesar do peso, é uma faixa mais acessível, com boa ênfase nos teclados e no refrão ganchudo, que nos conquista de primeira. É a primeira faixa de divulgação, usada inclusive no vídeo de divulgação), a divertida e também melodiosa "Armata Strigoi" (mais uma vez, arranjos muito interessantes nos teclados, fora os vocais darem uma aula de interpretação), a elegante e quase operística "We Are the Wild" (outro refrão fantástico, que é sucesso garantido nos shows da banda), a dinâmica "Higher than Heaven" (excelente alternância de ritmos. Charles no baixo e Roel na bateria estão realmente muito bons nesse disco, fora mais cânticos gregorianos grandiosos), "Christ & Combat" e seu andamento empolgante (e que música cheia de energia, além de mais um refrão ótimo), a também mais acessível "Sanctus Dominus" (com certo feeling Hard clássico aqui e ali, mesmo com o som arrepiante que o grupo costuma construir. Reparem que a letra é toda em latim, quase em um tipo de oração profana), as fortes e divertidas "Sacramental Sister" (quase uma canção de amor irônica, apesar do peso. Ou seja, é mais uma tiração de sarro do grupo com a cara de grupos religiosos. Realmente Falk é genial) e "All You Can Bleed" (outro refrão envolvente que é adornando por orquestrações de órgãos perfeitas), e a multi-variada e épica "Let There Be Night" (outro show dos vocais. Atilla é um dos grandes vocalistas da atualidade, sabendo usar muito bem de sua voz em cada momento. E sem citar que as guitarras de Charles e Matthew são absurdamente criativas). Ou seja, NÃO É POSSÍVEL destacar uma ou outra. Ponha o CD para tocar e ligue a tecla "repeat".

Mais um disco fenomenal do POWERWOLF, que veio mesmo disposto a ser um dos grandes nomes do Metal.

Rendam-se à esta matilha de lobos do Metal. Eles só te farão muito bem!





Músicas:

01. Blessed & Possessed 
02. Dead Until Dark 
03. Army of the Night 
04. Armata Strigoi 
05. We Are the Wild 
06. Higher than Heaven 
07. Christ & Combat 
08. Sanctus Dominus 
09. Sacramental Sister 
10. All You Can Bleed 
11. Let There Be Night 


Banda:

Attila Dorn - Vocals
Charles Greywolf - Baixo, Guitarras
Matthew Greywolf - Guitarras
Falk Maria Schlegel - Teclados 
Roel Van Helden - Bateria 


Contatos:

Facebook (Powerwolf Brasil)
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