12 de jan. de 2015

The German Panzer – Send Them All to Hell (CD)

Nota 9,0/10,0

Por Marcos "Big Daddy" Garcia



Em termos de Metal, talvez o país que tenha mais contribuído para a modernização do gênero tenha sido a Alemanha entre o final dos anos 70 e o começo dos 80. Sim, pois o ACCEPT foi uma autêntica avalanche criativa, influenciando bandas em seu país e fora dele (que o diga o RAVEN com a versão de “Born to Be Wild” com Udo nos vocais), e dando os primeiros passos para criar aquilo que chamamos de Speed Metal. E assim, as terras germânicas ainda guardam muitas surpresas boas para os fãs de Metal em geral. E uma delas é o The German PANZER, um projeto que reúne Schmier (baixista e vocalista do DESTRUCTION) junto com Herman Frank (guitarras) e Stefan Stefan Schwarzmann (bateria), os últimos dois ex-ACCEPT, e que nos brinda com “Send Them All to Hell”, um disco ótimo.

Primeiro e antes de tudo, se você procurar alguma coisa do DESTRUCTION ou do ACCEPT, pode acabar se decepcionando. O que você encontra aqui é o autêntico Power/Speed Metal alemão da primeira metade dos anos 80, ou seja, o disco tem certo “feeling” Old School. Mas mesmo assim, há muito impacto e força musical, o que denota a existência de modernidade, seja pelo insight do próprio trio, seja pela qualidade de gravação, ou mesmo por ambos. A forma de Schmier cantar está bem diferenciada do que estamos acostumados, chegando a lembrar bastante o jeito mais melodioso que ele usava na época do “Eternal Devastation” e do EP “Mad Butcher”, e o baixo está pesado, dando substância à base rítmica. Herman mostra bem mais de si nas guitarras do que estamos acostumados a ouvir no ACCEPT, com ótimos riffs e solos melodiosos; e Stefan mostra-se o mesmo monstro de sempre nas baquetas e bumbos. Somando tudo isso: um disco ótimo!

Panzer
O próprio trio chamou para si a responsabilidade de produzir o disco, tendo V.O. Pulver cuidado dos processos de gravação, mixagem e masterização. E bem, a qualidade sonora é inegável, sabendo dar peso e clareza nas medidas certas a cada uma das músicas. E o trabalho de Gyula Havancsák na arte do CD é algo muito bom, com uma capa linda e um layout muito bem feito.

O que diferencia o trabalho do trio das duas bandas de onde (na época) eles vieram é justamente que o PANZER germânico não nasceu para ser um clone de ambos. As músicas soam melodiosas e bem agressivas, mas em um estilo distante do DESTRUCTION e do ACCEPT, e o que lembra um pouco o último são os refrões de fácil assimilação. Os arranjos são bem espontâneos e melodiosos na medida certa, com boa dose de agressividade.

O disco inteiro é bom, verdade seja dita, e já começa assombrando com “Death Knell”, uma música abrasiva, mas bem mais melodiosa que esperávamos, com belíssimo trabalho de guitarras, e “Hail and Kill” tem aquele andamento a meia velocidade excelente para levar o pescoço a doer, mais uma vez se destacando bastante o trabalho das guitarras, com o baixo soando cheio de energia. “Temple of Doom” é um pouco mais agressiva que as anteriores, com muita energia (alguns toques meio que “Motorheadianos” aqui e ali) e a bateria de destaca bastante. Mais azeda e cadenciada no início, vem “Panzer”, onde o andamento oscila entre o lento e o mediano, com Schmier usando bem seu tom agressivo natural de voz. Em “Freakshow”, surge uma faixa que podemos reverenciar como “Metal Made in Germany”, ou seja, uma faixa tipicamente alemã, com riffs ganchudos, vocais abrasivos e ótimo trabalho de bateria. “Freakshow” é bem mais agressiva que as anteriores, com um trabalho de bumbos rápidos ótimo, assim como “Mr. Nobrain” também é bem moderna e ríspida (dentro dos limites do trabalho musical que a banda se propõe, por favor), com ótimos backing vocals e um refrão raçudo. Em “Why?”, temos uma faixa bem cadenciada, opressiva, com riffs pesados, mais uma bateria fantástica. Também não muito rápidas são “Virtual Collision” e “Roll the Dices”, ambas com baixo e bateria bem interessantes, e na última, vocalizações ótimas. Um pouco mais cheia de energia e com o andamento já um pouquinho mais rápido é “Bleed for Your Sins”, com as seis cordas mostrando riffs e solos ótimos e cheios de melodia. E para fechar, temos uma versão da banda para “Murder in the Skies”, que ganhou uma roupagem mais agressiva e moderna, mas sem perder suas características originais. E nela, vemos os vocais em uma entonação um pouco mais macia do que em todo o disco, mostra versatilidade.

Um belo disco, verdade seja dita, e que em breve chega em versão nacional para que todos possam apreciar, e ao mesmo tempo, perceberam como esses três sujeitos não estão nem aí para radicalismos musicais.







Músicas:

01. Death Knell 
02. Hail and Kill 
03. Temple of Doom 
04. Panzer 
05. Freakshow 
06. Mr. Nobrain 
07. Why? 
08. Virtual Collision 
09. Roll the Dice 
10. Bleed for Your Sins 
11. Murder in the Skies 


Banda:

Schmier – Vocais, baixo 
Herman Frank – Guitarras 
Stefan Schwarzmann – Bateria 


Contatos:

Metal Media  (Assessoria de imprensa da Nuclear Blast Brasil e da Voice Music)
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