5 de jan. de 2015

Dead City Walker – Dead City Walker (CD)

Independente
Nota 9,0/10,0

Por Marcos "Big Daddy" Garcia


A região Nordeste do Brasil sempre, desde muito tempo, é um celeiro para ótimas bandas de Metal. Seja da vertente que for, é bom que todos reconheçam que uma região que gera bandas como CARAVELLUS, HEADHUNTER D.C., MYSTIFIER, MALEFACTOR, AS THE SHADOWS FALL, e outros nomes fortes é capaz. E de Pernambuco, mais especificamente da cidade de Garanhuns, vem uma ótima revelação: o trio DEAD CITY WALKER, que debuta em CD, sendo que o mesmo levando o nome do grupo.

O grupo é um projeto de estúdio de membros do STILL LIVING, nascido da vontade deles em fazer o bom e velho Metal tradicional, inspirado em bandas como BLACK SABBATH, PICTURE, ACCEPT, JUDAS PRIEST, SAXON e IRON MAIDEN. Embora o trabalho do trio não seja inovador, é ótimo, uma lição de como se faz música com aquilo que é mais importante: com alma, coração e amor pelo que se está fazendo. E isso transpira através do trabalho ótimo dos vocais (usando bem os timbres vocais mais altos e outros mais graves), riffs muito bem compostos e ganchudos, baixo e bateria com a dose certa de técnica e peso. Só que o trabalho do grupo, mesmo inspirado em bandas do passado, não tem aquele incômodo ar de datado. Não, longe disso, o DCW tem energia, peso, melodia e a empolgação de um jovem na flor da idade. E soa extremamente espontâneo, feito de fã para fã.

A produção do CD ficou nas mãos da própria banda, sendo que todo trabalho de engenharia sonora, gravação, mixagem e masterização foi feito por Aldecy Souza. A sonoridade soa uma mistura do passado (no tocante à instrumentação) do Metal com alguns aspectos mais modernos de gravação. Soa clara, com timbres mais secos e diretos. A arte é bem simples, e o mesmo vale para o layout, mas é justamente assim que a música do DCW ganha contornos visuais.

Arranjos bem feitos, boa dinâmica entre os instrumentos, tudo encaixado de forma muito espontânea e talentosa, fazendo com que o trabalho do DEAD CITY WALKER realmente elogios, pois é ótimo. E ainda temos a presença de convidados especiais: Aldecy Souza no baixo e violinos adicionais em “Requiem”, Eduardo Maciel nos violinos em “Requiem”, Clécio Souza na bateria em “Harvest Day”, Fernando Barbosa na narrativa em “The Unexpected Guest”, e Thiago Nascimento nos backing vocals em “The Sower”.

Após a introdução “The Unexpected Guest” (com uma narrativa bem sinistra), vem a tradicional e ganchuda “In the Grave” (belíssimo trabalho dos vocais, e um solo de guitarra carregado de feeling), seguida da um pouco mais arrastada e pesada “Last Pessenger” (peso absurdo da base baixo/bateria, com boas mudanças de andamento aqui e ali). Em “The Sower”, se percebe bem clara a influência de bandas como SABBATH e muito do Hard’n’Heavy da NWOBHM, destacando-se bastante os riffs criativos e pesados. Em “Dead City Walker”, a presença de bumbos duplos e mais riffs cortantes dão uma tônica ótima, mas sem obliterar a melodia do trabalho. Melodia que fica ainda mais explícita em “Harvest Day”, com vocais bem postados e fortes, sabendo variar de momentos mais agressivos aos mais suaves sem medo. E então, começa “Darkness Trilogy”, que como o nome já deixa claro, é conjunto de três canções cujos temas estão vinculados, com a curta, pesada e tétrica “Electric Messengers” dando o ponta-pé inicial com muita influência do bom e velho SABBATH, seguida então da azeda e forte “Immersed” (mais uma onde a guitarra mostra força absurda, regendo com maestria a canção), e fechando a trilogia (e o disco), vem a melodiosa e suave instrumental “Requiem”, belíssima e bem feita (apesar de curta), com a presença deliciosa de violinos.

Uma banda honesta, com um trabalho acima da média, e que merece não só a conferida, mas a aquisição do CD. E esperemos que o DEAD CITY WALKER não fique apenas nesse CD.



Músicas:

01. The Unexpected Guest
02. In the Grave
03. Last Passenger
04. The Sower
05. Dead City Walker
06. Harvest Day
Darkness Trilogy:
07. Electric Messengers
08. Immersed
09. Requiem


Banda:

Renato Costa – Vocais
Eduardo Holanda – Guitarras 
Cléber Melo – Bateria 


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