13 de dez. de 2014

Helloween Brazilian Tribute – 30 Years of Happiness

Nota 9,5/10,0

Por Marcos "Big Daddy" Garcia


Após uma longa espera para muitos, eis que finalmente é lançado o tributo brasileiro ao quinteto alemão HELLOWEEN, organizado pelo fã-clube “Perfect Sinners Helloween Brasil”. Uma homenagem mais que merecida aos pais do que se chama hoje de Metal Melódico, que tanto ajudaram a expandir e melhorar.

O tributo reúne 16 faixas que abrangem boa parte da carreira dos alemães, com maior predominância da fase que vai do EP “Helloween” até o “Keeper of the Seven Keys Part II”, ou seja, a fase mais clássica do quinteto. Mas não é preciso que os fãs de Andy Deris tenham convulsões, já que a fase dele na banda também possui um número considerável de músicas presentes.

Não se pode falar muito de qualidade de gravação, já que ela oscila de uma faixa para a outra, conforme a banda prefere sua equalização, mas não se preocupem: a média é mais que satisfatória por todo o CD.

E a capa de Marcos Moura ficou excelente, ilustrando o espírito alegre e irreverente do quinteto (e vamos ser francos: é um dos pontos fortes da banda, que arrancou do Metal aquele ranço “mamãe-eu-sou-malvado-me-dá-meu-toddy-agora” que já cansou a todos nós).

Voltando às músicas, é interessante notar que mesmo músicas de “Pink Bubbles Goes Ape” e “The Dark Ride”, discos que causam certo frisson em muitos fãs não tão ortodoxos do grupo, estão no tributo, e assim, mostra a abrangência e mesmo altos e baixos do HELLOWEEN. Mas verdade seja dita: mesmo nos baixos, as bandas arrasaram!

Melhores momentos: ver o PASTORE detonando uma versão ótima e fiel à original de “How Many Tears” (falar o que de Mario Pastore, uma das grandes vozes de nosso país, ainda mais acompanhado de músicos excelentes? Perfeição é pouco), VANDROYA com a arrasadora e clássica “March of Time” (como a voz de Daísa encaixou bem e honra os timbres agudos do mestre Michael Kiske, embora guitarras, baixo e bateria estejam perfeitos na música), BRUNO SUTTER & CHILDREN OF THE SEVEN KEYS arrasando na longa e complexa “Keeper of the Seven Keys” (podem falar o que quiser, mas Bruno é um dos melhores vocalistas do Power Metal brasileiro, e mostra isso claramente aqui, e sua banda é perfeita demais em tudo), o ANGEL HOLOCAUST pegando pesado em “Liar” (a música ganhou uma pegada pesada muito forte e azeda, sem descaracterizar a original, com alternância de vocais ríspidos e agudos), o quinteto SCELERATA arrasando na mágica “Twilight of the Gods” (instrumental pesado e raçudo no jeito gaúcho de se fazer Metal, e as vocalizações mais secas e um pouco mais graves deram um sabor especial a canção), o RYGEL arrasando e modernizando “Before the War” (outra que ganhou uma roupagem mais atual e pesada, com um instrumental rasgado e vocais mais agressivos, também sem mexer na estrutura original da canção), o BLACKCHEST em “Tales from Jericho” (um medley perfeito de “Cry for Freedom”, “Victim of Fate”, “Ride the Sky” e “Heavy Metal is the Law”, e esses baianos mostram que sabem pegar muito pesado, justamente na fase mais agressiva do HELLOWEEN), os paulistas insanos do EVILDEAD sentando a pua em “Halloween” (e fizeram uma boa versão, uma vez que esse clássico, além de longo, tem complexidades que realmente tornam tirá-la um trabalho de Hércules), o VICTORIA com a fortíssima “Someone’s Crying” (ótima versão, verdade seja dita, bem pesada), e Laura Giorgi, que acompanhada de Thiago Oliveira (guitarrista do SEVENTH SEAL e que acompanha a Warrel Dane) e Fábio Carito (baixista do SHADOWSIDE, INSTINCTED, SUPREMA e que também acompanha Warrel Dane) fazem uma versão mais melodiosa para “The Time of the Oath”.

O tributo é excelente, mas ficam apenas duas sugestões para um volume II (que desejamos de coração que exista):

01. Este autor sentiu demais a falta de canções como “Warior”, “Phantoms of Death”, “Gorgar”, “I’m Alive”, “Eagle Fly Free”, “Rise and Fall”, “We Burn” e “Wake Up the Mountain”. Esperamos que, havendo um Segundo tribute, se foque mais nas músicas que não apareceram neste volume;

02. Sei bem que no Brasil impera o radicalismo (fútil, inútil e sem utilidade alguma) e o conservadorismo, mas que tal dar uma abertura para bandas de Black, Death, Thrash, ou seja, de outros gêneros mais extremo? Seria, além de uma experiência bem interessante, um trabalho que poderia ajudar a quebrar muitas barreiras.

Este tributo foi disponibilizado de forma gratuita pelo Fã Clube, e basta acessar a página para baixar, e no mais, palmas para o “Perfect Sinners Helloween Brasil” pela ousadia, trabalho e suor empenhados.

Em tempo: se o tributo será lançado em formato físico, mas não importa, e este autor pede que não lhe seja dada cópia física. Esta resenha, como o próprio disco, é uma homenagem ao HELLOWEEN e um agradecimento pessoal a Kai Hansen, Michael Kiske e todos os outros por terem ensinado o Pai Marcão que o Metal pode sim, ser uma força positiva e de mudança.























Tracklist:

01. SOULSPELL – We Got the Right 
02. PASTORE – How Many Tears 
03. VANDROYA – March of Time 
04. ALTERGEIST – The Chance 
05. BRUNO SUTTER & CHILDREN OF THE SEVEN KEYS – Keeper of the Seven Keys 
06. ANGELS HOLOCAUST – Liar 
07. SCELERATA – Twilight of the Gods 
08. RYGEL – Before the War 
09. BLACKCHEST – Tales of Jericho
10. EVILDEAD – Halloween 
11. THUNDERWRATH – Hell Was Made in Heaven 
12. VICTORIA – Someone’s Crying 
13. HELL'S KEEPER – We Damn the Night 
14. VICTIM OF FATE – Victim of Fate 
15. Miura Jam – If I Could Fly (feat. Vanessa Lockhart) 
16. Laura Giorgi – The Time of the Oath (with Fabio Carito e Thiago Oliveira)

OBS.: basta clicar nos nomes dos artistas para redirecionar para suas páginas no Facebook.
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