24 de ago. de 2014

Resenha: Hammerfall - (r)Evolution (CD)

Nota 10,0/10,0

Por Marcos "Big Daddy" Garcia


A partir de 1997, o mundo viu o renascimento do Power Metal dos anos 80, rebuscado por muitas bandas, mas um de seus maiores pioneiros e talvez o maior dos expoentes é, sem sombra de dúvidas, o quinteto sueco HAMMERFALL. Mas mesmo assim, após disco ótimos como "Glory to the Brave", "Legacy of Kings" e "Renegade", a banda começou a perder um pouco de seu fôlego, talvez buscando alternativas sonoras para continuar vivo, sem no entanto perder sua identidade. Mas a banda parecia sem a mesma inspiração de antes. Só que, como diz um velho ditado popular, "quem é rei não perde a majestade", e eis que os Templários resolveram voltar às boas, e para reconquistar seu espaço merecido, lançaram a pedrada "(r)Evolution", seu nono álbum de estúdio.

O título parece ser uma ironia, já que a banda na realidade não mostra uma evolução, mas sim resgata seu passado, apostando no mesmo Power Metal que os consagrou, feito com grandes refrões, músicas ora rápidas, ora mais cadenciadas, sempre mantendo o peso, e evitando rebuscar demais a técnica (exceto pelos solos de Pontus, que realmente é um excelente guitarrista). Joacim Cans se reinventou, usando uns tons não tão agudos como antes (mas ainda altos), e se mostra um mestre. A guitarras de Oscar Dronjak e Pontus Norgren se entendem muito bem nos riffs, e os solos são bem técnicos (e como dito acima, Pontus é um ás nas seis cordas), e ganharam mais peso; a base de Fredrik Larsson (baixo) e Anders Johansson (bateria) é pesada, com boa técnica seja em momentos mais cadenciados, seja nos mais rápidos. E como esse CD é bom, justamente porque o HAMMERFALL soube recuperar suas raízes, mas mantendo o requinte e bom gosto de seus últimos trabalhos, com canções que realmente fazem a diferença. Power Metal puro, simples e pesado. Sim, o Campeão está de volta, e com tudo!

Ao ver o nome de Fredrik Nordström na produção, fica claro o porque o disco soa tão clássico, já que ele produziu a dupla "Glory to the Brave" e "Legacy of Kings", logo, o disco soa pesado e limpo como deve ser, com qualidade inegável. E me perdoem os fãs mais xiitas da banda, mas realmente Charlie Bauerfeind e Michael Wagener, por melhor profissionais que sejam, nunca entenderam muito bem como o HAMMERFALL deve soar. E é como soa aqui, especialmente em termos de peso. E como quase tudo em "(r)Evolution" é do passado, Andreas Marschall, que fez as capas dos três primeiros disco, retorna e dá esse toque de nostalgia à arte (que é uma referência bem explícita ao "Glory to the Brave", sejamos francos).

A diferença entre "(r)Evolution" e todos os discos a partir de "Legacy" of Kings" é justamente que a banda soube buscar tons instrumentais mais simples e não tão limpos, bem como os arranjos também não são tão complexos, o que torna o trabalho mais pesado e de fácil assimilação. Ponto inegável para quem sabe quem é e o que quer fazer.

As onze faixas são todas ótimas. 

Abrindo, o hino "Hector's Hymn", com ótimos vocais e guitarras (e um refrão absurdamente grudento! É ouvir e sair cantando, uma especialidade do grupo). Seguindo, a pesada e não tão rápida "(r)Evolution", mas empolgante, mais uma vez mostrando excelente refrão e ótimos backing vocals. Em "Bushido", música do primeiro Single de divulgação, é uma faixa pesada, também mais cadenciada e semi-épica, mostrando uma base baixo-bateria muito pesada (apesar de não tão técnica). Apresentando o clássico estilo da banda, temos "Live Life and Loud", com outro refrão ótimo e vocalizações perfeitas. Já "Ex Inferis" é aquela música pesada e bem cadenciada, com riffs típicos para se bater cabeça e belas melodias vocais. Tempos medianos em uma faixa Hard'n'Roll, bem ganchuda, temos "We Won't Back Down". "Winter is Coming" é uma típica semi-balada de refrão e momentos mais pesados, com belos solos e bateria mostrando um peso arrasador. "Origins" já lembra um pouquinho trabalhos da banda na era "Crimson Thunder" e "Chapter V: Unbent, Unbowed, Unbroken", mas pegando mais pesado e ganchudo, mais um show de baixo e bateria. Em "Tainted Metal", a banda torna a pegar mais pesado e com um andamento mais dinâmico, com riffs fortes e vocalizações bem pensadas. "Evil Incarnate" é outro Metalzão pesado e com boa dose de acessibilidade, mostrando bastante a influência de bandas de Hard'n'Heavy que eles carregam. E em "Wildfire", que fecha o disco, a banda entra em mais uma música mais rápida e melódica, dentro de seu estilo, onde a bateria e o baixo roubam a cena, fora os ótimos backing vocals. E ainda temos a faixa bônus "Demonized", para aqueles que adquirirem a versão Digipack ou em LP (vinil).

Sim, os Templários estão de volta com um ótimo disco, que merece a aquisição e ser ouvido no mais alto volume possível!

Uma lenda não se curva, não se dobra, e não pode ser vencida! Bem vindo de volta, HAMMERFALL!!!



Tracklist:

01. Hector's Hymn
02. (r)Evolution
03. Bushido
04. Live Life Loud
05. Ex Inferis
06. We Won't Back Down
07. Winter is Coming
08. Origins
09. Tainted Metal
10. Evil Incarnate
11. Wildfire
12. Demonized (bônus para Digipack e LP)


Banda:

Joacim Cans - Vocais
Pontus Norgren - Guitarras
Oscar Dronjak - Guitarras
Fredrik Larsson - Baixo
Anders Johansson - Bateria


Contatos:

Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo comentário.
Liberaremos assim que for analisado.

OM SHANTI!

Comentário(s):